sábado, 7 de fevereiro de 2009

Sophie Marie


Que nome pomposo, imponente, forte.
Ela se foi.
Era uma linda Husky, marron-chocolate, de olhos azuis. Olhos de farol, como dizia meu irmão Silvio.
Quando saiamos a rua, todos paravam e comentavam nunca ter visto uma Husky desta cor.
Alem disso, ser dono de Husky não é pra qualquer um.
Um cachorro meio gato, meio lobo...
Inteligente que só. Tão inteligente, que não é treinavel, pois só faz o que quer e quando quer. Um cachorro com personalidade muito forte, mas cordial que só ela.
Em meus momentos difíceis, lá estava ela ao meu lado, cuidando de mim, fazendo companhia.
Quando eu estava triste...quem sabia da minha tristeza? A Sophie.
Tínhamos altos papos: eu falava, ela respondia. Muitas vezes, começava a latir pra mim...puxava conversa.
Com seus grandes olhos, via tudo, observava a família.
Se havia briga em casa, ela era a primeira a sair. Não gostava.
Quantas vezes esquentou meus pés, pulou na minha cama...dormiu encostadinha em mim, mas pegá-la no colo? Nem pensar! Não gostava.
Queria sua liberdade.
Gostava de dormir dentro do meu closet.
Muitas manhãs, ficava perto da janela,preguiçosamente, deitada tomando sol.
Passear? Era com ela mesma. Com toda sua força e vitalidade, alguma vezes fui ao chão , alem das torceduras de tornozelo.
Fui até entrevistada no Late Show por sua causa. ( programa de tv)
De repente, sem que percebessemos, foi se recolhendo. Estava envelhecendo até que um dia, como por encanto, apareceu um tufo branco na sua sedosa pelagem marron.
Que susto! era um aviso.
Seus olhos azuis começaram a se embaçar, não mais se assustava com os rojões, pois em época de copa do mundo e ano novo, era um Deus nos acuda! Como sofria!
Não mais se importava com os barulhos altos. Começou a ter dificuldade em se levantar...precisava de ajuda. Latia e me olhava pedindo socorro.
Punha-a em sua 4 patas, e lá ia ela tomar agua, ou fazer xixi.
Até que nem isso mais foi capaz.
Precisávamos levá-la até o jornal.

É uma pena que cachorro viva tão pouco, mas só tenho a agradecê-la por ter estado conosco.
Aprendi muito com ela.
Que amor, com amor se paga.

Ela continua no meu coração.
Esta agora descansando no jardim de minha casa em Atibaia, um de seus lugares favoritos, onde corria alegre pela grama e comia muito churrasco. ( alem de passarinhos, galinhas dos vizinhos, que tínhamos depois de nos desculpar por suas peraltices).
Nesta época, recebo um email, explicando porque cachorro vive pouco:
Os homens, precisam viver muito pra aprender a amar.
Os cachorros nascem com este equipamento pronto, portanto, podem ir embora mais cedo!!!!!

Aqui fica minha enorme gratidão, pois sempre será a figura mais nobre da minha família!
A ela que se foi recentemente, dedico esta homenagem.
À Sophie com todo meu amor.
saudades, saudades e sinto muito a sua falta!
Miriam

P.S- Agradeço também minha filha Leticia, que com sua dedicação e persistência, soube mantê-la por mais 1 ano entre nós.
Obrigada minha filha. Te amo muito
Sua mãe

2 comentários:

Blog do Beagle disse...

Miriam, eu conheci essa lindeza já nos tempos de dificuldades e dores. Sei o que um aminal faz por nós, humanos. Sei o que é amar um bicho que nos diz o que ninguém mais tem a ousadia de dizer. Eu também sei o custo de ajudar nosso querido a embarcar para o descanso. Linda homenagem para ela e para sua corajosa filha. Essa expressão de amor suave e dolorida me emocionou. Muitas bjkªs. Elza

Elaine Gaspareto disse...

Olá!
Este texto seu é um dos mais belos que eu li em se tratando de dizer adeus a um amigo, neste caso amiga.
Choro fácil quando se trata de cães, mas hoje chorei de verdade com suas palavras.
Sua Sophie cumpriu bem o papel de ensinar amar...
Fica com Deus.