domingo, 29 de março de 2009

Privilégios da Vida

Ontem fui ao Auditório Ibirapuera assistir a abertura da temporada da Jazz Sinfônica.
O convidado do primeiro espetáculo foi Cesar Camargo Mariano, pianista abençoado pelo universo.
Ja conhecia seu trabalho em CD e DVD.
Inicialmente mais conhecido por ter sido casado com Ellis Regina, pai de Maria Rita e Pedro, ambos cantores de primeira linha e pai adotivo de João Marcelo Boscoli, filho de Ronaldo Boscoli, primeiro marido de Ellis.
Ao sentar-se ao piano, começa a acariciá-lo e este, emite sons tão delicados, maravilhosos.
Fico encantada.
Toca (ou acaricia) algumas musicas,
até que em um arranjo primoroso, junto a orquestra, começam a tocar Carinhoso.
Meus olhos se enchem de lágrimas...
Não sei porque, a emoção tomou-me de tal jeito, que deixei-me invadir por aquele som e fui levada a algum lugar que nem sei.
Fiquei hipnotizada por aquela musica, aquela forma suave de tocar ao piano que emitia uma sonoridade única, delicada.
As lágrimas corriam em meu rosto, num misto de agradecimento, perplexidade, satisfação, alegria e observava a forma amorosa com que aquele homem de aspecto comum, e simples, acariciava aquelas teclas.
Agora sim!
Consegui fazer daquele ato um romance: a relação do masculino com o feminino.
Pensei em como gostaria de ser tocada com o mesmo amor com que o pianista tocava aquelas teclas.
Com suavidade e sabedoria.
Sabia o que alí fazia e onde exatamente queria chegar.
Levou o publico ao extase!

Foi fenomenal poder ter estado lá e presenciar aquele ato de amor.
O mais legal foi que ao final, ele também chorou.
Algo mágico se deu ali.
Algo que as letras, por mais que tentamos, jamais poderão explicar.
Certas coisa, apenas vivendo.
Fiquei observando e querendo saber se o Cesar tem noção da sua capacidade de encantamento.
Fui, depois, informada que ele é tido no meio artistico como uma pessoa timida e de poucas palavras, e ontem, contou vários causos.

Que ali se descontraiu.
O que será que se deu?
Pouco importa saber.
Nem sempre temos reposta .
Mas, o importante é que pude experienciar aquele momento.
Deixar as lágrimas sairem a vontade.
Sem preconceito e saborear o privilégio de estar ali. Naquele dia, naquela hora!
Beijos a você Cesar, e obrigada pela noite inesquecível!
Miriam

2 comentários:

Blog do Beagle disse...

Fiquei arrepiada e senti sua emoção. Parabéns, Miriam pela sensibilidade e pela expressão dela. Eu também gostaria de vivenciar esse masculidno/feminino sensual e preciso. Bjkª. Elza

J.F. disse...

Miriam,
Sentir a música dessa forma é próprio das pessoas com muita sensibilidade. Parabéns!
Que bom que você aqora tem uma cãzinha. Ela não será uma nova Sophie, pois cada animal possui sua própria personalidade. E isso é muito bom. Você a amará exatamente por isso. Falando nisso, você não contou o nome dela.
E já que você citou o urubu e o esquilo do JF (eu, hehehehe!)... Agora há pouco fiquei emocionado com notícia no "Jornal da Band". Hoje, pela manhã, um pedreiro, aqui na vizinha Vinhedo/SP, tomou o maior susto ao encontrar uma suçuarana (onça parda), descançando sob uma escada, na construção. Os bombeiros e mais uma equipe de biólogos levaram seis horas para conseguir sedar e capturar o animal já raro e em extinção. Era uma fêmea, nova, de 30 Kg e, provavelmente, em fase de desgarramento da mãe, ou seja iniciando sua vida adulta e solitária. Inexperiente, foi parar dentro de uma cidade. Depois de constatado que estava totalmente saudável, foi colocado nela um sistema de monitoramento eletrônico, e foi levada para ser solta nas matas da Serra do Japi, em Jundiai. Se isso tivesse acontecido no Pantanal, ou na Amazônia, acho que seria uma notícia normal. Mas, a 50 Km de São Paulo? Que bom que o homem, de forma geral, passou a ter mais respeito com os animais e, aos poucos, eles estão voltando.
Abração.